Newsletter do Ducs #03: Dicas de livros, como melhorar sua leitura de sites e mais
Okay, essa lista está decolando e entrando na sua terceira semana. Semana que vem vai fazer um mês já que foi lançada!
Essa aqui é a versão web, mas se você quiser receber as próximas no seu email (saia a hora que quiser), é só entrar na lista no formulário abaixo:
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Leia aqui a edição anterior (#2) da Newsletter!
Dica para melhorar leitura no browser (Safari)
Se você leu algum post no meu novo blog, você vai notar que eu estou fazendo o design para ser o mais legível possível. Isso quer dizer: preto no branco, sem banners, ads, pop ups. Isso tem um impacto, claro na receita do blog, mas tem um impacto ainda maior na legibilidade. Há de se ter uma alternativa para trabalhar com conteúdo onde o foco é a pessoa que lê, não o clique/estatística.
Anyway.
Essa não é a realidade da maioria dos sites hoje (a revolução está apenas começando). Tem hora que é até difícil achar onde está a matéria, perdida e espremida lá no rodapé, entre dois vídeos de anunciantes que começam a tocar automaticamente, debaixo de um pop up te prometendo novidades imperdíveis em troca de sua alma imortal.
Se você tem o Safari instalado no seu celular ou computador, tem um eito de desligar a loucura. Se for no seu celular, olha na barra de endereço e procura por duas letras aA. Clica nela. Escolhe "Reader View" (algo como Modo de Leitura). BOOM! Só o que interessa!No computador, vai na barra de endereço, canto esquerdo, procura umas linhazinhas como se fosse uma página de texto. Yeah baby!
Aconteceu na Holanda essa semana
Nessa semana a Holanda saiu do horário de verão e entrou no horário normal. Ou "normal", já que passamos a maior parte do ano (sete meses) nele.
Atrasamos nossos relógios em uma hora e ganhamos um domingo mais comprido, para comepensar o mais curto que tivemos mais cedo esse ano.
A União Europeia votou em 2019 para abolir o horário de verão. Mas o prazo para implementar isso é no mínimo 2021... e os países não entraram num acordo sobre qual fuso adotar e aí veio 2020 e todo mundo meio que ficou mais preocupado com o apocalipse zumbi e o assunto meio que morreu. Até o momento me parece que 2021 vamos continuar com nosso duplo jetlag anual como de costume. Veremos.
Enquanto isso, na terça passada o governo holandês deu uma conferência de imprensa para falar sobre o corona. Eles estenderam as medidas atuais até PELO MENOS dezembro... provavelmente mais longe. Pediram para não comemorar Halloween nem Sint-Maarten nas ruas, e Sinterklaas (que é maior que Natal aqui, sério) apenas com a família próxima.Disseram também que dependendo dos resultados, um lockdown total não está fora de cogitação.
De novo, veremos.
Dicas de livros da semana (ficção e não ficção)
Livro que estou lendo: ATTACK SURFACE por Cory Doctorow (ficção)
Eu li praticamente todos os livros do Cory Doctorow... a ficção científica dele não é num futuro distante, ela parecer ser o nosso futuro plausível, até provável, e, se não fizermos nada, inevitável. Em 2008 ele lançou Little Brother, sobre a emergente sociedade de supervisão em massa, confirmada por Snowden em 2013. A continuação, Homeland, saiu no mesmo ano. E agora, o terceiro livro na série, Attack Surface acabou de sair, e eu estou enfurnado nele, pensando que estamos todos, querendo ou não.
Mesmo a série falando sobre assuntos atuais, com tecnologia, eles parecem não ter envelhecido. Recomendo você ler os três, mas nem precisa: se você curte tecnologia, e como ela pode ser usada contra - ou por - você para lutar por um futuro onde esse tipo de livro não seja queimado em praça pública em nome do PENSAMENTO ÚNICO... yeah, eu recomendo. Tem boas doses de espionagem versão atual, não a versão da Guerra Fria que a gente se acostumou nos filmes do James Bond.
(BTW: Descanse em paz, Sir Sean Connery).
Livro que estou ouvindo: The Neil Gaiman Reader por Neil Gaiman (ficção)
Eu peguei esse no Audible por dois motivos. Primeiro, eu meio que já tenho todas as histórias em livro de papel, já que essa é uma coletânea e eu sou fã incorrigível e desavergonhado do Gaiman, a ponto de gastar um crédito do Audible em uma coletânea de histórias que já conheço. E o segundo motivo é que o livro é narrado pelo próprio Gaiman, que tem uma voz excelente, e é muito legal ter ele lendo as histórias dele para você (eu vi ele fazendo isso duas vezes ao vivo, uma em Londres e uma aqui na Holanda).
As histórias são ficção, mas o gênero varia. Tem terror (bastante), realismo fantástico, humor negro, ficção científica. Não me arrependo de ouvir de ovo as histórias. Eu noto coisas que tinham passado batido da primeira vez (e várias fundiram minha cuca tudo de novo, com novas camadas), e é legal ver certos padrões emergindo - por exemplo, o uso de frame stories. Histórias dentro de histórias, como nas 1001 noites.
Ah, as histórias foram escolhidas pelos leitores no ano passado, chamados pela newsletter/mídia social do Gaiman. E yeah, eu votei, e sim, varias das minhas histórias foram escolhidas. Heh.Enfim se você não conhece o trabalho dele, The Neil Gaiman Reader é uma boa introdução. Se já conhece, vale mesmo assim, para completar a coleção e descobrir novas camadas. E se você fala inglês, pega a versão do Audible aqui.
Se não fala inglês, guenta que logo mais eve sair a tradução da versão impressa. Tipo, é o Neil Gaiman (best seller vende né?). Certeza que vai sair.
(Fundir a cuca já era antigo quando eu era adolescente no século passado, mas acho super bacana usar gírias de outrora, manja? Maior barato.)
Livro que já li e ajudou mudar minha vida - The Story of the Human Body (A história do corpo humano), por Daniel Lieberman (não ficção)
Eu li esse livro em 2019, enquanto num retiro numa cabana no meio da Taiga finlandesa, logo acima do Círculo Polar Ártico. Voltei uma pessoa mudada. O livro me explicou o motivo de meu corpo estar sofrendo tanto: um desalinhamento entre o ambiente onde ele evoluiu e o ambiente que construímos para nós hoje. Uma mudança de perspectiva que permitiu eu fazer diversas mudanças na minha vida que resultaram numa revolução.
Em vez de lutar contra a biologia e contra a tecnologia, eu uni o melhor dos mundos. O livro não ensina a fazer isso. Ele apenas explica o problema, sua origem, e motivos. Mas entender o motivo é melhor do que qualquer receita a ser seguida. É o que nos permite criar uma solução que sirva para nós, sempre, em vez de ficar tentando copiar outros no procedimento apenas.
Daniel Lieberman é paleontólogo, professor de Harvard e entende do que está falando. Eu posso ser suspeito por ter gostado - fiz Biologia no IB-USP - mas acredito que o estilo é para leigos e funciona muito bem.
Às vezes um problema só é um problema porque estamos olhando pelo ângulo errado.
Frase da semana
Dica de música
Por falar em Finlândia - A banda Steve'n'Seaguls (Steve e as Gaivotas?) é uma banda finlandesa que faz covers raiz de metal clássico. Os clips são as coisas mais sensacionais da internet polar ártica. O vídeo de 2014 que tem eles pulando de um cortador de grama para tocar um cover de Thunderstruck do AC/DC no banjo, sanfona, triângulo e bigorna (uma bigorna!) é algo que há de trazer um sorriso no coração de um antigo metaleiro. Tem 111 milhões de visualizações no Youtube. Old but Gold.
Assim que for possível, eu tenho que voltar pra Finlândia.
Até semana que vem 🤘
Okay, hora de se despedir e desejar um feliz Halloween - mesmo que você leia outro dia. Em 2020, todo dia é Halloween...Mas vamos virar esse jogo.Obrigado por elr até aqui. Obrigado por fazer parte da lista. Ela é um experimento, um movimento, retomar o controle da nossa atenção e foco, colocá-los onde realmente importa: nas pessoas. A tecnologia deve trabalhar para nós, e nós não somos bits a serem computados.
Somos pessoas, imperfeitas, com corpos paleolíticos, mentes analógicas demais para algoritmos lidarem direito, teimosos o suficiente para insistir em resistir e insistir num futuro em que unimos o melhor dos mundos, onde tecnologia ajuda a sermos mais humanos, não menos.Semana que vem, eu vou lançar uma série de recompensas do Ducs para ajudar você e provar que sim, é possível viver de um trabalho onde quem lê é o cliente, não o produto.
Leia minha reflexão sobre isso no blog AQUI...
Ou, em outras palavras:
Hey, Mark Zuck: não gostou, pega eu!