Newsletter #40: podcasts, um místico que influenciou o império e uma banda germanico-caribenha de disco-funk
E aí, tudo bem contigo? Essa semana eu tenho três assuntos: música, história (ou lenda?) e podcasts. Güenta firme, vai ser legal. Vamos começar com podcasts.
Semana passada foi a semana dos podcasts para mim. Eu gravei dois deles. O primeiro foi uma participação no podcast Despachados, sobre viagens, a convite do seu apresentador, o Foca. Conversei com ele e a Úrsula, sua esposa, sobre Amsterdam, trocando histórias e dicas. Foi bem legal, ouve lá.
O outro podcast que gravei foi o meu primeiro solo, como um teste da plataforma Substack (onde hospedo essa lista). Como um episódio-piloto, achei interessante contar a origem disso tudo, então eu falo sobre como decidimos morar na Holanda, como criei o blog Ducs Amsterdam, e como decidimos ficar aqui.
Sendo esse um teste, decidi colocar como bônus para os apoiadores da Newsletter. Se você quiser ouvir mas não pode ou não quer apoiar nesse momento, é possível: eu habilitei o período de testes de sete dias. Então você se inscreve como apoiadora, ouve o episódio dentro dos próximos sete dias, e é só cancelar. Se o piloto for bem recebido, pretendo continuar e deixar os próxmos episódios abertos direto pro público, então é isso, depende de você. Aqui está:
Se você resolver ativar o apoio, mesmo apenas pelo período de sete dias, cancelando antes do primeiro pagamento, não esquece de aproveitar e ver os outros conteúdos que postei como bônus:
E, claro, tem um monte de conteúdo aberto sem registro nos arquivos da Newsletter, para você ler (por exemplo, muita gente gostou da história de detetive sobre o roubo da nossa bicicleta cargo no valor de mais de 5 mil euros, ou você pode ler sobre o que mudou na minha vida após eu estar mais de ano sem mídia social).
Mais podcasts que participei: carreira e filhos no exterior
Fazer um podcast é um projeto antigo, que surgiu há mais de década, mas acabei nunca executando (até agora). Porém, ao longo desses anos tive a oportunidade e o privilégio de ter sido convidado para participar de vários podcasts. Vou colar aqui alguns links, se você não está cansado da minha voz.
— Se você quer ouvir um pouco da minha origem sem habilitar o apoio mesmo que temporário, você pode ouvir o Ardenna podcast #4, de 2019. Isso foi pré pandemia e muita coisa mudou desde então, mas muita coisa que conversei com a Laura Cláes vale até hoje. Vou conversar sobre mudar de país e de carreira, enquanto crio os filhos, um papel que é muitas vezes atribuído a mulheres. Eu larguei minha carreira no Brasil e vim para a Holanda acompanhando a esposa que conseguiu uma oportunidade no exterior, e conto um pouco sobre esses desafios, que são em vários aspectos unissex. O Ardenna não é mais produzido, mas ainda pode ser ouvido na rede. Aqui vai o link:
— Eu comecei a trabalhar com blog em 2008, e isso acabou virando um trabalho de período integral. Se até hoje o pessoal tem curiosidade e é um. pouco cético sobre esse negócio de blog como carreira, imagina em 2008… Eu contei um pouco da minha trajetória profissional no podcast Carreira sem Fronteiras em 2019, com os apresentadores Gabs Ferreira e Fabrício Carraro. Você pode ouvir o episódio aqui.
Se você não curte podcast por qualquer motivo, sem stress. Não tenho nenhuma intenção de transformar a Newsletter num podcast: eu pretendo continuar escrevendo como sempre. É o meu meio preferido, e tem sido minha vida toda. Mas tenho vontade de testar e aprender outras mídias também, e ver no que dá. Fiz isso com vídeo, por exemplo. Se der certo, vai ser em adição a Newsletter tradicional, não em substituição.
E eu sei que muita gente curte a possibilidade de ouvir o conteúdo, enquanto faz outras coisas, durante trajetos de carro, exercício ou tarefas domésticas. Eu acho que pode ser divertido. Espero que você curta.
E agora para algo completamente diferente: o místico de influenciou o império e se recusou a morrer
Outro dia eu descobri a música “Rasputin” da banda Boney M. Eu curti a batida e a história da letra da música, que conta sobre o legendário Rasputin, o místico que influenciou a família imperial russa pouco antes da revolução de 1917. A história é bizarra em si, especialmente a sua morte dando origem a diversas lendas. Durante o período do fim do império russo, Rasputin ganhou fama de ter poderes sobrenaturais de cura, crescendo seu status e poder na corte imperial. Isso causou grande descontentamento e criou inimigos, que eventualmente decidiram assassinar o místico e bruxo.
Um grupo de nobres o convidou para um jantar no palácio de um deles. Lá, serviram para Rasputin chá e bolos envenenadas com cianeto. Em vez de morrer uma morte agonizante, Rasputin pediu um vinhozinho pra arrematar as guloseimas. O vinho foi também envenenado, o que deve ter dado um tempero especial, porque Rasputin pediu mais e continuou mostrando uma surpreendente ausência de sintomas como morte súbita. Desesperados, os nobres resolveram largar de sutileza e dessa vez envenenar Rasputin com chumbo grosso. Um deles subiu e voltou com um revólver, atingindo Rasputin no peito.
A seguir, eles retornaram para a casa do bruxo, com um deles usando suas roupas para criar um álibi com a ilusão e que a vítima havia na verdade retornado a salvo para casa. Logo depois, retornaram ao palácio para dispor do corpo. Porém, em vez de perder a vida, Rasputin tinha era perdido a paciência. Ele não só não morreu, como saiu em perseguição dos algozes palácio afora, até o jardim, onde um dos nobres descarregou o revolver em pânico, finalmente abatendo o místico. Com mais um tiro na testa para se assegurar, porque a essa altura não duvidavam de mais nada, eles levaram o corpo para uma ponte e jogaram no rio. A lenda diz que Rasputin ainda abriu os olhos antes de cair no rio, mas…
O quanto disso é lenda e dramatização é motivo de discussão até hoje, mas demonstra a impressão que Rasputin causou na sociedade da época. Ele era uma figura altamente controversa, com alegações de abuso sexual e estupro, entre outras monstruosidades - talvez por isso tenham resolvido transformar ele num literal monstro de filme.
Uma banda germânico caribenha de disco-funk dos anos 70/80
A lenda de Rasputin só cresceu desde então, e nos anos 70, Boney M., uma banda germânico-caribenha de disco-funk fez uma música contando sua história. Eu achei o conceito de uma banda germânico caribenha de disco-funk dos anos 70 até mais interessante do que um Rasputin pseudo-imortal, e isso quer dizer algo. Com membros da Alemanha ocidental, Jamaica, Aruba e Monserrate, fizeram sucesso pelos anos 80 afora, com diversos hits, e eu me recuso a deixar a memória de algo tão absurdamente cool morrer.
Digo, ouve e especialmente OLHA isso. Não perde a dança do “Rasputin”, é algo imortal:
Outro hit da banda, Daddy Cool. De novo, a música é maravilhosa, mas a apresentação é pura lenda. O termo técnico para eles é “cool as fuck”. Assista:
Eu tenho um certa satisfação em saber que a banda fez primeiro sucesso na Holanda. A banda dissolveu em 1986, e anos depois, veio a tona que a maioria dos membros da banda não tocavam nem cantavam nos álbuns de estúdio, apenas perfurando ao vivo, e a banda era basicamente uma fachada. Como no caso do Rasputin, a lenda é muita mais legal do que a história, e eu fico com ela, ouvindo e dançando como um Rasputin afro-germanico-caribenho com barba postiça sob o glitter e paetês dos anos 70. Vamos dançar;ar juntos!
Tenha um bom dia, e receba meu…
Forte abraço!
Daniduc
Eu adorei a historia, vc é um contador de histórias nato hehehe sou apx pela Holanda e todo esse universo (morei ai em 2014) abraçosss
Rasputin não apresentou efeitos colaterais hahahah