O que Titanic e o século 21 têm em comum - Newsletter do Daniduc #37
E aí? Tudo bem contigo?
Em uma outra edição, eu mencionei que sou fascinado pela história do Titanic (e como antes de me tornar pai, eu teria tranquilamente aceitado descer para ver o naufrágio no Atlântico Norte). A história tem fascinado pessoas desde 1912, e muitas lendas e mitos se desenvolveram, perdendo nuance e detalhes com as recontagens. E, infelizmente, perdendo também muitas lições. Eu estava pensando no paralelo com a situação que vivemos agora, e acho que estudar o Titanic pode ser útil. Mas não é algo tão simples como “eles foram arrogantes e gananciosos, a humanidade não aprende”. É um pouco mais sutil que isso.
A lenda do Titanic
Todo mundo conhece a história: o navio que não podia naufragar devido às maravilhas da engenharia moderna colidiu com um iceberg e foi para o fundo do Atlântico. A maioria dos passageiros morreu porque não havia botes salva vidas o suficiente para todos, devido à ganância corporativa e a infundada confiança na segurança do navio. Tudo muito claro e… espera. Tá muito simples isso. Vamos botar nuance?
A falta de botes salva-vidas no Titanic
O Titanic foi de fato projetado para carregar um número maior de botes salva-vidas: primeiro 64 botes, que foram reduzidos posteriormente para 32 e, por fim o navio foi ao mar com 20 botes, com capacidade total para carregar cerca de um terço da lotação máxima do navio (incluindo passageiros e tripulação). Na viagem inaugural (e final), o Titanic não estava com lotação máxima, e poderia ter acomodado pouco mais da metade das pessoas a bordo. Na prática, nem isso rolou: a maioria dos botes salva vidas foram lançados com bem menos pessoas do que sua lotação máxima. No total, apenas 712 das 2222 a bordo embarcaram nos botes.
Que aconteceu? O problema dos salva vidas
Fator 1: legislação desatualizada - A falta de botes não se deve a corte de custos - o navio mais luxuoso da sua época não poupou despesas, e o preço dos botes é irrisório diante do orçamento total do projeto. E nem por falta de espaço: já vimos que havia espaço para acomodar 64 botes em vez dos 20 que de fato estavam no navio. O Titanic na verdade cumpria a legislação da época. Infelizmente, era uma legislação desatualizada, feita décadas antes, quando os navios eram menores. Ela nunca levou em conta que os navios ficariam tão grandes - o Titanic era na época o maior objeto móvel jamais construído. Quase uma cidade flutuante.
Fator 2: botes salva vidas eram considerados inseguros e desnecessários - os botes da época eram simples e instáveis. Se o mar estivesse um pouco mais agitado, eles viravam. Em 1906 (seis anos antes da viagem do Titanic), o SS Valencia colidiu com um recife, abrindo um rombo no casco. No pânico, seis botes foram lançados com capacidade máxima. Três eles viraram enquanto estavam sendo baixados do navio, jogando todos os ocupantes no mar. Dos outros três, dois viraram e um sumiu. Estavam cheios de mulheres e crianças. Dos ocupantes dos 6 bote, apenas 9 sobreviveram, todos homens. O navio estava a 90 metros da praia.
E esse não foi o único caso. Em 1904, o SS Clallam começou a fazer água. O Capitão ordenou mulheres e crianças para os botes salva vidas. Os 3 botes viraram, e todos a bordo morreram. O Clallam, porém, durou tempo o suficiente para que um rebocador chegasse e transferisse os que estavam a bordo. O Navio eventualmente naufragou, mas só sobreviveu quem não entrou nos botes.
Na mentalidade da época, a solução não era encher o navio de botes salva-vidas. Era fazer um navio inafundável, tão bom que ele mesmo seria um gigantesco bote salva vidas. Essa mentalidade é inclusive mencionada no blockbuster Titanic, de James Cameron. Se você lembrar do filme, em uma cena em que Rose faz as contas e nota que não há espaço para todos a bordo nos salva vidas, o engenheiro que projetou o navio responde a ela “Fique tranquila, jovem Rose. Eu construí para você um bom navio, forte e confiável. Ele é o único bote salva vidas que você irá precisar”.
Fator 3: extrema confiança na solução de engenharia e tecnologia - e de fato o Titanic era um assombro tecnológico e foi construído com total segurança em mente. Nenhum custo foi poupado, e o navio foi construído com o melhor da época, tanto em materiais (yeah, havia problemas no aço, mas não se sabia disso na época) quanto em tecnologia e engenharia. O navio tinha diversas redundâncias e backups. A fama de inafundável não era a toa. O casco era duplo, caso fosse rompido a água não entraria direto nos porões do navio. O navio era todo dividido em compartimentos estanques - se uma seção do navio inundasse, a água ficaria contida lá. E o navio poderia flutuar sem problemas com QUATRO desses compartimentos inundados! Caso houvesse uma colisão, no pior dos casos, a viagem atrasaria, claro, mas bastava contactar outros navios para pedir ajuda, usando a tecnologia de ponta do telégrafo sem fio a bordo. Outros navios viriam, se usaria os botes salva vidas para transferir os passageiros para eles e pronto. Para isso, 20 salva vidas bastavam, fazendo o pingue pongue entre navios. Não havia motivo para atrapalhar a vista dos passageiros de primeira classe com botes inseguros e inúteis.
E aí veio um iceberg…
“Cale a boca!” - Você não pode argumentar com a Natureza
E o telégrafo sem fio Marconi de fato cumpriu seu papel. Desde domingo de manhã o Capitão Smith recebeu pelo Marconi diversos avisos de gelo no caminho. Marinheiro experiente, ele não deu muito tento para os avisos - normal ter gelo nessa parte do mundo nessa época do ano. Ele manteve a velocidade alta. A noite, o Marconi recebeu mais dois avisos, dessa vez mais importantes: em vez de alertas genéricos, eram mais específicos.
O primeiro, do vapor Mesaba, alertava de um campo de icebergs diretamente a frente do Titanic. Eram 21h40 e o operador de rádio, Jack Phillips, estava atarefado despachando uma pilha de telegramas dos passageiros para terra. Essa era uma das comodidades de luxo do Titanic, como wi-fi nos aviões de hoje, era possível mandar mensagens durante a viagem, mesmo que custasse caro. O serviço estava atrasado, Phillips cansado, ele colocou a mensagem na pilha e, seja qual for o motivo, acabou não entregando pra ponte de comando. Deixou para depois e esqueceu? Quem sabe? De toda forma, ele teve mais uma chance.
As 22h55, Phillips foi interrompido por outra mensagem, dessa vez do Californian, avisando que eles estavam parando as máquinas pela noite, pois estavam cercados de gelo, tornando extremamente perigoso continuar navegando a noite. O Californian estava bem perto do Titanic, então essa era uma informação muito relevante. Phillips, porém, ainda atrasado com as mensagens dos passageiros, ficou irritado com a interrupção que, justamente pela [proximidade, chegou alta na orelha dele. Ele mandou de volta o seguinte:
— Sai da linha, cala boca! Estou trabalhando com a Estação de Terra!
O operador de rádio do Californian obedeceu. Desligou seu rádio e foi dormir. menos de uma hora depois, as 23h40, os vigias do Titanic avistaram subitamente um iceberg e avisaram a ponte. O imediato, que estava no comando do navio enquanto o capitão havia se retirado para passar a noite, tentou contornar o gelo, que acabou raspando de lado ao longo do navio.
E agora?
“Todo mundo tem um plano até levar um murro na cara”
Não, eles não foram direto pros botes salva vidas. O navio foi parado, eles fecharam os compartimentos estanques e foram avaliar o dano. O Capitão chamou Thomas Andrews, o engenheiro que projetou o Titanic, que estava a borda (lembra dele na cena com a Rose?), para avaliar os danos. Depois de um tempo ele voltou com diagnóstico: o navio iria afundar.
— Impossível, ele é inafundável!
Andrews explicou que a colisão lateral abriu um rombo ao longo do navio, inundando diversos compartimentos ao mesmo tempo. Na verdade, não foi um rombo, mas pequenas fendas ao longo da proa do navio. A colisão deformou o aço do casco, separando as placas em diversas fendas que se abriram na junção.
Os compartimentos estanques estavam enchendo rapidamente, mesmo com as bombas de emergência trabalhando ao máximo para esvaziar a água. tarefa impossível, claro, com o oceano entrando 15 vezes mais rápido do que a capacidade das bombas. Mas espera, e o tal casco duplo?
Esse só tinha sido instalado no fundo do navio, e não se estendia pela lateral até a linha d’água. O dano do Titanic se estendeu por seis, os seis da frente. Com tanta água pesando na frente, o navio ia inclinar e com isso a água escoaria pelo topo dos compartimentos inundados para os próximos. Ah sim, a parede dos compartimentos não se estendia até alto do navio, e nem eram fechados por cima.
Um a um, as salvaguardas foram falhando. Mas ainda restava pedir ajuda pelo Marconi! O telégrafo! SOS!
CQD, SOS - Muito tarde, muito pouco
Capitão Smith foi até a sala de telégrafo e pediu par Phillips transmitir o pedido de socorro e aposição do navio. Na época, o código telegráfico usado para chamar ajuda era CQD. Em inglês CQ tem o mesmo som da expressão seek you, buscando você. É por isso, aliás, que o pioneiro app de mensagem chamava ICQ - I seek you. Lembra dele? Velho Daniduc lembra. Anyways. No caso, CQ era o código querendo dizer “todas as estações, quem estiver ouvindo”. E o D era de Distress - apuros. CQD - todas estações, estou em apuros.
Phillips soltou o verbo no telégrafo e ficou heroicamente até o último minuto em seu posto transmitindo e chamando ajuda, mantendo a comunicação do Titanic até a sala de telégrafo estar com água, mesmo depois do Capitão ter liberado ele do dever e autorizado autorizados a sair e tentar se salvar. Os chamados começaram calmos, e explicando a situação para todo Old Man que perguntava o que estava havendo - os operadores dos navios se tratavam por OM, Old Man, “Meu velho”. Com o passar do tempo, fora ficando cada vez mais frenéticos e desesperados. Ele inclusive passou a usar o novo código de ajuda, criado apenas alguns anos antes, o SOS - escolhido por ser mais simples de transmitir do que o CQD em Morse (todas as mensagens eram em código Morse):
…___…
Muitos navios responderam ao chamado. O mais próximo a responder foi o Carpathia, que estava pouco mais de 100km do Titanic. O Capitão do Carpathia abriu as caldeiras, criou turno duplo, mobilizou sua tripulação, incluindo o médico de bordo, preparou cabinas e suprimentos, cobertores, café, primeiros socorros, o que ele tinha a bordo. O Carpathia tinha uma velocidade máxima de 14 nós. Em sua corrida louca para o resgate do Titanic, chegou a registrar 17 nós. Lento demais ainda, infelizmente - chegaria uma hora depois do naufrágio.
Mas havia outro navio mais perto. Lembra do Californian? Estava a cerca de 10 milhas (meros 16km) do Titanic. Mas o operador do telégrafo havia desligado o aparelho e ido dormir. A tripulação viu o Titanic, e viu os foguetes de emergência sendo disparados, e alertou seu capitão, que também estava dormindo. Ele assumiu que o navio a distância estava parado pelo mesmo motivo que ele, para evitar o gelo durante a noite, e os foguetes eram mera comunicação entre navios da mesma empresa, talvez para alertar do gelo. E voltou a dormir, repetindo seu julgamento quando foi acordado novamente pela tripulação. Nunca ocorreu a ele mandar ligar o telégrafo.
Enquanto isso, o Titanic finalmente se convenceu que era preciso usar os temidos salva vidas. Quer dizer, a tripulação porque os passageiros não estavam nem um pouco convencidos…
Descida para o escuro
Estava frio, muito frio. Passageiros não queriam sair do quentinho das cabines pro frio do deck. E muito menos queriam arriscar o pescoço subindo em botes içados dezenas de metros acima da escuridão gelada do Atlântico por uma precaução exagerada e desnecessária - lembra, o navio era inafundável, e eles poderiam muito bem esperar ajuda na cabina e entrar no bote quando ela chegasse, quem sabe até na manhã seguinte, depois de uma boa noite de descanso, com luz e talvez temperaturas melhores. Subir no bote? Agora?! Não, obrigado.
E a tripulação também não sabia muito como proceder - houve apenas um treinamento, bem superficial, de uso dos salva vidas, isso antes da partida do navio. E eles mesmos não confiavam nos botes, temiam encher demais e acontecer o que aconteceu no Clallam, dos botes cederem enquanto ainda estavam sendo abaixados. Isso não deveria acontecer, porém - os botes eram reforçados e foram testados com capacidade máxima, aliás, acima da capacidade prevista, e se mantiveram íntegros sem problemas.
Além disso, um dos oficiais, Charles Lightoller interpretou as ordens de evacuar mulheres e crianças primeiro como evacuar mulheres e crianças apenas. Então, se não havia mais mulheres dispostas a embarcar no bote, Lightoller mandava baixar o barco para o oceano, meio vazio mesmo.
Conforme o tempo foi passando e a água começou a entrar de verdade, ficou claro que o navio estava condenado e não iria durar muito mais. Aí bateu o pânico, mas era tarde.
Morte no Atlântico e o vilão
As 2h20 da manhã do dia 15 de abril de 1912, madrugada de domingo parta segunda feira, duas horas e quarenta minutos depois de colidir com um iceberg, o Titanic quebrou em dois e afundou de vez. Os dois últimos botes salva vidas, dois modelos desmontáveis extras, nem sequer foram lançados, mas flutuaram livremente, um deles de cabeça para baixo, quando o Titanic submergiu. Nos botes ao redor, 712 pessoas observaram o desastre, incluindo J. Bruce Ismay, o chairman da White Star, a companhia dona do Titanic. Nos últimos momentos ele virou o rosto, incapaz de sustentar o olhar.
Ele seria considerado o grande vilão da história, e de imediato foi taxado de covarde, por ter pego lugar em um dos botes, contrastando com o Capitão Smith, que afundou com o navio, o operador de rádio que também não sobreviveu. A decisão de tirar os salva vidas extras foi atribuída a ele, e Ismay virou o símbolo do capitalista covarde e ganancioso. Ele nunca se recuperou do golpe, e nada do que ele disse serviu como defesa. Essa fama persiste até hoje, e ele aparece no filme de Cameron incentivando Capitão Smith a abrir as caldeiras e acelerar o navio, em busca da glória das manchetes como promoção para a empresa. Esse diálogo é inspirado no testemunho de uma passageira da primeira classe, que aliás pode ser vista ao fundo na cena do filme, ouvindo a conversa.
Mas espera… há quem dispute isso. Há cartas de Ismay de 1911 desencorajando o Olympic, um navio quase gêmeo do Titanic, a desembarcar cedo demais em Nova Iorque - os passageiros fazem planos pro desembarque, e chegar de noite antes seria um transtorno para eles. Tem que achar hotel, transporte, desembarcar no meio da noite fria. Ismay acreditava que seria mais vantajoso para a imagem da companhia se os passageiros passassem a noite a bordo, confortáveis no luxo magnífico do navio. Nenhum dos três navios irmãos, Titanic, Olympic e Britanic foram construídos para velocidade, mas para conforto. Ismay alegou nunca ter interferido com a navegação, e há também testemunhos disso.
Por que então o Capitão não diminuiu a velocidade ou mesmo parou como o Californian? Bem, chegar atrasado também seria um transtorno. Ele simplesmente manteve os planos, sem revisar diante das condições, acreditando que seu navio era mais do que capaz de lidar com elas.
Agora que a gente tem um pouco mais de nuance, que dispensa o velho clichê de um vilão malvado que tirou os botes salva vidas por motivos fúteis, meteu o bedelho na área técnica e arriscou tudo ignorando. realidade em busca de lucro. Ou um capitão fraco e incompetente. Ou um operador de telégrafo negligente.
O Titanic não afundou por culpa de uma pessoa. O Titanic afundou por uma falha coletiva das pessoas em reconhecer a ameaça, mesmo diante dela, mesmo durante ela. Uma falha coletiva resultante da incapacidade de mudar mentalidade, passar informações de maneira eficiente, coordenar esforços. Alguns agiram egoisticamente, alguns heroicamente, muitos das duas maneiras. Phillips mandou o aviso de gelo calar a boca, mas ficou em seu posto lutando até o fim, e morreu por isso. Smith ignora avisos, mas tentou salvar mulheres e crianças, uma vez que não havia lugar para todos, e se recusou a pegar uma vaga. Thomas Andrews projetou o navio mais seguro do mundo na época, mas que continha falhas que só se tornariam obvias no choque com a realidade. Ele também faleceu no desastre, se recusando a deixar o navio, e ajudando como pode até o fim. O Californian poderia ter ajudado, mas não fez nada. Porém quando descobriu o que tinha acontecido, na manhã seguinte quando religou o telégrafo, foi correndo tentar recolher sobreviventes. O Carpathian já havia recolhido todos, mas mesmo assim ficaram patrulhando a área. Sim, muitos dos sobreviventes nos botes poderiam ter voltado para ajudar, mas eles estavam com medo de morrerem eles mesmos. Passageiros poderiam ter embarcado mais rápido, mas estavam com medo. Muita coisa não ocorreu para as pessoas.
Ninguém foi vilão, no sentido de um culpado, uma pessoa que se não fosse por ela, o desastre não teria ocorrido, uma personagem que causou as mortes todas. Todo mundo fez o melhor que pode, fez o que pareceu melhor na hora, reagindo aos acontecimentos que até poucos momentos eram inconcebíveis.
Ou seja, as pessoas agiram como pessoas agem até hoje, em empresas, governos, universidades.
Quando a água bate na bunda: Lições da história
E aqui estamos, cento e onze anos depois, no meio da emergência climática, como as pessoas do Titanic sem acreditar que a coisa é séria, se recusando a aceitar a realidade do naufrágio até a água, literal e metaforicamente, bater na bunda pra entrar em pânico e mudar da inação para cada um por si desordenado. Aí era tarde demais.
Engessados numa mentalidade, tentando manter business as usual, ignorando relatos de gelo a frente, ou falta de gelo a frente, seguimos seguros de que a tecnologia vai dar um jeito, e podemos calcular tudo. Não há bote salva vidas para todos, e não há botes salva vidas para o planeta. O oceano não se importa com classes, e quando ele sobe ou suga, todo mundo é fonte de carbono.
É hora de encarar o Iceberg, escutar os avisos e aceitar que a realidade colidiu com a mentalidade, planos e intenções, boas ou ruins. Pensar um pouco a frente. Não adianta desejar que as coisas sejam diferentes, é preciso aceitar que o plano falhou e pensar, enquanto é tempo, em um novo, mais ajustado as circunstâncias. Ou vamos todos, primeira e terceira classes, pro fundo do Atlântico. Ou melhor, o fundo do Atlântico virá até nos.
Era possível evitar o desastres. Ainda é.
Essa é, para mim, a verdadeira lição do desastre do Titanic.
Dicas extras: filmes
O Filme de James Cameron ganhou fama de ser uma baboseira romântica água com açúcar para emocionar as menininhas adolescentes dos anos 90 fascinadas pelo charme do Leozinho de Caprio, mas apesar de Jack e Rose serem obviamente ficcionais, o filme tem um grande número de cenas históricas e easter eggs para os aficionados pelos acontecimentos reais. Além dos citados nessa edição, tem outras, como a reprodução em cena de uma foto real tirada a bordo do Titanic:
No filme, a cena ocorre em 1h16min. Se você tem o DVD ou consegue stream, dá uma olhada. Eu não posso postar aqui por copyright.
Se você gostou da história do Titanic, mas dispensa o romantismo fictício, tem um outro filme, de 1958, baseado em um livro que levanta a história do desastre em detalhes, baseada em testemunhos dos sobreviventes. Se chama A Night to Remember. É excelente, e você pode ver todo de graça no YouTube. Okay, está colorizado (o original é em preto e branco), e mal colorizado, mas ainda vale assistir.
Dá pra brincar de contar quantas cenas Cameron usou de “inspiração” para seu próprio filme (Spoiler: várias cenas são praticamente refilmagens).
O filme é mais historicamente fiel, mas mesmo assim tem muitas licenças artísticas, focando em Lightoller como protagonista (ele fez bastante mesmo, apesar de ter vetado muitos homens de embarcarem nos salva vidas, mas muitas ações atribuídas a ele no filme foram tomadas por outras pessoas).
Se você leu até aqui…
Primeiro, muito obrigado por ler quase 3500 palavras em um email. ë um privilégio ter você aqui.
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Fontes
https://titanichistoricalsociety.org/ismay-titanic-paul-louden-brown/
Esse vídeo contém todas as transmissões do Titanic (com legendas em inglês normal, não uma trasncrição literal, que exifiria conhecimento das siglas e abreviações). Apenas para mega nerds como eu:
https://en.wikipedia.org/wiki/Lifeboats_of_the_Titanic
https://www.nonfictionminute.org/the-nonfiction-minute/titanic-not-enough-lifeboats#:~:text=There%20were%20several%20reasons.,the%20First%20Class%20passengers%27%20views.
Eu gosto muito dos vídeos desse canal:
https://en.wikipedia.org/wiki/Clallam_(steamboat)
https://imsdb.com/scripts/Titanic.html
https://www.titanic-titanic.com/the-ice-warnings-received-by-titanic/
https://en.wikipedia.org/wiki/Jack_Phillips_(wireless_officer)
https://en.wikipedia.org/wiki/Sinking_of_the_Titanic
https://www.britannica.com/topic/Carpathia